HOMEM bom / homem ruim


Ao ser criado (ou nascer), o ser humano não é essencialmente bom nem ruim; ele apenas é criado (ou nasce) para evoluir na direção de ser perfeito e, como consequência da perfeição atingida, ser bom, a ponto de não mais conseguir/poder fazer o mal.

Toda pessoa deseja ser feliz, e todos os atos praticados por ela tem a felicidade (ou pelo menos a redução do sofrimento) como objetivo. Entretanto, quem faz o mal, antes de tudo atinge a si mesmo e, consequentemente, uma pessoa considerada má pelo conjunto de seus atos nunca será feliz. Verifica-se, portanto, que ninguém é ruim porque quer, porque escolheu ser assim, pois isto seria escolher ser infeliz. Se tornar bom (ou ruim) é o resultado de uma sucessão de acertos (ou erros) nas escolhas que o indivíduo faz ao longo da sua vida, especialmente na infância, na adolescência e no início da fase adulta. As escolhas do indivíduo são frutos de sua essência e de sua vivência e, portanto, são influenciadas por múltiplos fatores, dentre os quais se destacam:

  • Evolução - na busca da satisfação de suas necessidades (ou desejos), existem pessoas que por serem mais evoluídas têm maior probabilidade de fazer boas escolhas (que resultam em atos considerados bons), enquanto, outras, por serem menos evoluídas, têm maior probabilidade de fazer más escolhas (que resultam em atos considerados ruins).

  • Contexto - o contexto onde o indivíduo vivencia suas experiências de vida pode ser acolhedor ou hostil.  Quanto mais favorável for o ambiente e maior a quantidade de vínculos, maior o sentimento de pertencer e maior a tendência do indivíduo a considerar, também, o bem do próximo ao fazer suas escolhas. Quanto menos favorável for o ambiente e menor a quantidade de vínculos, maior o sentimento de não-pertencer e maior a tendência do indivíduo a fazer suas escolhas objetivando apenas o próprio bem, sem se importar com as consequências de suas ações sobre o próximo.

  • Valores - quanto mais adequados ao indivíduo forem os valores  adotados por ele, maior a probabilidade de que ele faça boas escolhas; e quanto mais inadequados, maior a probabilidade de que ele faça más escolhas.

A expressão da evolução do indivíduo não está nos seus atos, pois pessoas muito evoluídas podem praticar atos muito ruins e pessoas pouco evoluídas podem praticar atos muito bons, visto que as decisões são afetadas pelas demais facetas do indivíduo e pelo contexto. Ela está nos sentimentos decorrentes de seus atos:

  1. Quando uma pessoa muito evoluída pratica atos muito ruins ela contraria a sua intuição e, conseqüentemente, sofre;

  2. Quando uma pessoa pouco evoluída pratica atos muito bons, ela contraria os seus instintos e, conseqüentemente, sofre e/ou aparenta o cansaço típico de quem cumpriu bem uma obrigação, de quem fez um sacrifício;

  3. É preciso haver harmonia/coerência entre os atos do ser humano e a sua evolução, pois nesta situação não há sofrimento e o cansaço não tem importância.

Do acima exposto, conclui-se que (1) qualquer pessoa em evolução pode tornar-se boa ou ruim, em função da qualidade/adequação de suas escolhas ao longo da vida e que (2) quanto mais evoluída for a pessoa, mais acolhedor o ambiente e mais adequados os valores, maior a probabilidade de que ela venha a se tornar uma pessoa boa.