presente, passado e futuro


Todo sofrimento é um alerta:

  • Para nossos erros - decisões equivocadas tendem a gerar sofrimento;

  • Para a condição de fragilidade e finitude desta vida - as pessoas equivocadamente agem como se esta vida fosse eterna, o que tende a gerar sofrimento.

Portanto, todo sofrimento é, antes de mais nada, uma oportunidade para rever conceitos.

O passado é experiência de vida, o presente é vida e o futuro é expectativa de vida. Só existe vida de fato no presente; querer viver no passado ou no futuro é fugir da realidade, o que tende a gerar sofrimento.

PASSADO:

  • O passado é o aprendizado pela experiência, o que nos possibilita viver melhor o presente e nos prepara para encarar o futuro.

  • O passado pode e deve ser relembrado, para consolidar o aprendizado, mas não pode ser revivido. A vida é dinâmica, o mundo não para e cada momento é único, pois muda a pessoa e muda o contexto, o que torna impossível reviver o passado. Quando a pessoa tenta reviver o passado, ela pode viver uma experiência melhor ou pior que a anterior, mas nunca a mesma, pois nada será como antes.

  • O passado deve ser visto como um facilitador da vida presente, e não como um limitador.

PRESENTE

  • Só existe vida consciente no presente. Para viver plenamente o momento, a pessoa deve estar focada no presente e buscar ter dele uma percepção completa e isenta de prejulgamentos e expectativas. Quanto mais focada no presente, melhor a pessoa vivencia a experiência e melhores são os resultados dela decorrentes. É preciso saber valorizar cada experiência, cada oportunidade de satisfação e/ou aprendizado. Quanto mais evoluída for a pessoa, mais desenvolvida tende a ser a consciência da momento presente, menos intensos são os desejos e emoções e mais integrada à vida a pessoa se sente, o que a torna cada vez menos dependente de experiências passadas e de expectativas de futuro.

FUTURO:

  1. No exercício do livre-arbítrio, a pessoa pode, inadvertidamente/sistematicamente, piorizar o planejamento das ações, em vez de vivenciá-las. Quando isso ocorre, ela tem consciência reduzida do presente, pois a mente está ocupada planejando a próxima ação. O futuro é uma possibilidade real, não pode ser desprezado, mas a pessoa não deve reduzir a sua vida a uma expectativa de vida. A sabedoria está no meio do caminho: não se pode desprezar o futuro e nem viver em função dele. É preciso buscar otimizar o resultado.

  2. A pessoa não deve se apegar à expectativas positivas de futuro, pois quando elas não se realizam como idealizadas (ficam aquém do esperado ou não se concretizam) a pessoa geralmente sofre (se decepciona). Pelo mesmo motivo, evitar sofrimento, ela não deve ter aversão à expectativas negativas de futuro, pois, agindo assim, ela estará consolidando uma perda, visto que, mesmo que a expectativa  de futuro não se concretize, o medo, a raiva ou a tristeza dela decorrente terá sido real. Adicionalmente, de tanto acumular emoções negativas por perigos, obstáculos e perdas que nunca existiram, a pessoa pode se tornar infeliz.
  3. Excepcionalmente, a pessoa pode assumir desafios que exijam uma dedicação integral - principalmente aqueles relacionados à sobrevivência, à auto-realização ou à doação. Entretanto, como regra, os desafios assumidos pela pessoa devem estar compatíveis com a vida no presente, ou seja, a pessoa não deve deixar a vida passar pulando de desafio em desafio que comprometam a vida no presente.

Viver totalmente em função de um passado bom ou ruim, ou de uma expectativa de um futuro bom ou ruim, é abdicar de viver. Sem esquecer as lições do passado ou as possibilidades do futuro,  a pessoa deve buscar viver da melhor forma possível o presente, pois o tempo não para, o passado não volta e o futuro talvez não ocorra, ou talvez não seja como esperado. Em suma, a pessoa deve buscar ser feliz no caminhar.


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