amor construído
Com
o desenvolvimento da razão/conhecimento, instala-se o
processo decisório e a ação
passa a ser fruto da
razão e da emoção. Consequentemente,
toda
emoção (inclusive o amor) só
mantém sua
eficácia quando corroborada pela razão. A
emoção cuja
razão a contrarie tende a se tornar
inócua ou pouco
eficaz no tocante ao comportamento que vem após
ela,
pois tende a não ser definidora da
ação, embora
gere alterações de humor. A pessoa pode
sentir amor
e não exercer qualquer
ação em função disso. Para
que o amor seja
eficaz (ou mantenha sua eficácia) ele precisa ser
corroborado/confirmado/reforçado pela
razão, ou pelo menos não ser
contrariado/contestado por
ela.
Quando a reação amorosa vem primeiro geralmente ocorre o seguinte processo:
- Reação emocional - amor;
- Pensamento - analisa a experiência do outro e a associa a uma própria e/ou imagina o que estaria sentindo se estivesse no lugar do Outro;
- O pensamento leva à identificação com o Outro;
- Continuidade da reação amorosa - ação de ajuda ao Outro.
Quando não há a identificação com o Outro o amor tende a ser inconsequente, a não ser determinante na ação que dá continuidade à emoção.
Amar é se dar incondicionalmente a alguém (ou a algum ser vivo), sem exigência de qualquer retribuição, simplesmente pelo prazer/satisfação decorrente dessa atitude. Entretanto, uma vez ocorrida a reação emocional do amor, a sua eficácia (o se dar incondicionalmente) depende de uma decisão. A eficácia do amor é condicionada; e sem ela não há a satisfação da necessidade de Amar. Quanto mais evoluída for a pessoa, maior será a alteração do humor quando a razão contrariar o amor e não houver uma ação compatível/coerente com a emoção. A pessoa pode ignorar ou até substituir a emoção amor por outra para não dar continuidade ao sentimento, mas a necessidade permanecerá insatisfeita, o que gerará uma emoção negativa.
A razão cria condições para que o amor espontâneo seja eficaz, mas, por outro lado, também pode criar condições para que o amor floresça. Quando o pensamento vem primeiro geralmente ocorre o seguinte processo:
- Pensamento - analisa a experiência do outro e a associa a uma própria e/ou imagina o que estaria sentindo se estivesse no lugar do Outro;
- O pensamento leva à identificação com o Outro;
- Reação emocional possível - amor;
- Continuidade da reação amorosa - ação de ajuda ao Outro.
A identidicação
com o outro aliada à necessidade de Amar cria
condições para o florescimento/desenvolvimento do
Amor ao
Outro.
Atualmente, o
amor tende a ser eficaz apenas quando
construído, pois ou é fruto do razão
(construído anteriormente - conhecer, compreender e aceitar
para
amar) ou é fruto da emoção e precisa
ser
ratificado pela razão (construído posteriormente
-
conhecer e compreender para aceitar). "Conhecer
para compreender, compreender para aceitar e aceitar para amar"
é a maneira normal da razão se relacionar
com o amor, mas uma
pessoa sem conhecimento suficiente para percorrer este
ciclo não está impedida
de satisfazer a sua necessidade de Amar, pois ela pode
conseguí-lo mediante crenças que
valorizem a
emoção, ou
seja, ela precisa acreditar que o amor é sempre bom e que o
Outro é incondicionalmente digno de
aceitação e amor. Neste
caso, a
ação amorosa que dá
continuidade à reação amorosa tende a
se tornar um
hábito.
As mães, por exemplo, tendem a acreditar que seus filhos
são incondicionalmente dignos de
aceitação e amor
e que seu amor por eles é um sentimento bom/adequado.
Com a evolução, o amor ganhará (e a razão perderá) força/influência no processo decisório e a aceitação e o amor incondicionais passarão a ser regra nos relacionamentos, ou seja, não haverá mais razão com força suficiente para contrariar/contestar o amor e nem se precisará dela para que ele floresça e seja eficaz.