Com o desabrochar da consciência do futuro, nasce na criança uma vontade de futuro; uma primeira tentativa, embora incipiente, de direcionar a sua vida. A partir daí, e enquanto houver vida, a pessoa buscará aprimorar a direção dada a ela. À princípio, relacionada a algo bem específico e a um futuro próximo, com o desenvolvimento da consciência, a vontade de futuro passa a abranger alvos mais genéricos e distantes: a vontade de futuro para a própria vida, a vontade de futuro após a morte, a vontade de futuro para o mundo, etc.

A vontade de futuro está relacionada à esperança, é um sonho que a pessoa gostaria de ver realizado; ela é uma direção.  O desejo está relacionado à expectativa, é algo que a pessoa busca realizar; ele é uma meta. A pessoa tende a desenvolver seus desejos em função de sua vontade de futuro, pois é mediante a satisfação dos desejos que a vontade de futuro pode vir a se realizar.

A vontade de futuro  tem menor influência direta que o desejo sobre as ações e sobre o estado emocional do indivíduo. O desejo é determinante, pois a pessoa age em função de seus desejos; a vontade de futuro é apenas direcionadora, pois a pessoa apenas tende a agir em função de suas vontades. Entretanto, quando se trata de futuro muito distante e de questões pouco específicas, onde a expectativa não se aplica, a vontade de futuro é o único direcionador que o ser humano pode ter. Quando a pessoa tem uma vontade de futuro equivocada, ela tende a desenvolver desejos inadequados. Ter um sentido da vida compatível com a REALIDADE é imprescindível para que se possa desenvolver uma vontade de futuro adequada, e para ter uma vida feliz.