as virtudes e a essência
Embora,
a rigor, o que a pessoa faça de acordo com seu instinto e
intuição não configure a prática do bem ou
do mal (seja apenas expressão da sua essência),
paradoxalmente, as virtudes devem ser expressão da
essência, pois, quando a pessoa se afasta da essência, ela
faz um mal a si mesma. A prática do bem só se configura
de fato em um excesso consciente (fruto do livre-arbítrio),
no qual a pessoa ao agir, embora não o faça
plenamente de acordo com a essência, também não a
confronte, pois se ela extrapolar esta zona de conforto a sua
felicidade pode ficar comprometida.
As virtudes compatibilizam/harmonizam o instinto e a
intuição, dando integridade ao ser humano, pois se a
pessoa agir movida apenas pelo instinto ela tende a considerar apenas
as questões relacionadas à sua sobrevivência e,
apesar de, com esta atitude, poder fazer o melhor para garanti-la, pode
fazer o mal aos outros e a si mesma ao prejudicar a própria
evolução; se ela considerar apenas a
intuição, ela tende a considerar apenas o interesse dos
outros e, apesar de, com esta atitude, poder fazer o bem a eles e
evoluir em função da ação, ela pode fazer o
mal a si mesma ao prejudicar a própria sobrevivência, sem
o que fica comprometida a sua evolução possível no
futuro.
Considerando-se que as virtudes devem ser expressão da
essência, que cada pessoa é única e que todas as
pessoas evoluem em uma mesma direção, conclui-se que as
pessoas tendem a adotar/incorporar os mesmos valores positivos e a
dar-lhes diferentes importâncias, em função da
evolução e da vivência.